top of page

LUCY

 

Há quem amou, quem odiou, e quem não entendeu. Uma bela e complexa mistura de física, espiritualidade, física quântica, máfia coreana, ação com a ideia de que os seres humanos utilizam apenas 10% do cérebro.

 

Lucy é uma jovem de classe média que leva uma vida normal, mora e estuda em Taiwan. Vivida por Scarlett Johansson.
Depois de cair em uma armadilha, em que é presa a uma maleta, contendo pequenos sacos de CPH4 em pó, uma droga sintética. Lucy é levada por um grupo de mafiosos coreanos, que ao descobrirem o conteúdo da maleta, decidem vendê-lo. Lucy é usada como “mula”, tendo a droga colocada dentro de sua barriga através de uma cirurgia clandestina.
Quando chega ao seu destino, Lucy se defende de um abusador e é golpeada muitas vezes na barriga, o pacote de CPH4 se rompe e o conteúdo se espalha, reagindo quimicamente em seu organismo. A consequência disso é a possibilidade de acessar mais partes de seu cérebro, chegando a 100% de sua capacidade e ter a percepção da realidade expandida. Ela passa a perceber as coisas através dos átomos e não da matéria, como nós percebemos, por isso desenvolve a capacidade de alterar qualquer coisa material. O que teoricamente é possível, pois tudo que há é da forma que é por um arranjo de átomos, tudo é composto por átomos que vibram, então para mudar qualquer coisa é preciso apenas reorganiza-los.

Pensem, usando apenas 10% da nossa capacidade mental, criamos a linguagem, a filosofia, civilizações, culturas, tecnologia. Imagine se todos acessassem e usassem 100%?!

E como eu sei que usamos apenas 10%? Porque há exemplos de seres humanos que fizeram coisas extraordinárias e que a maioria jamais conseguiria fazer. Não sei se acessaram 100% mas com certeza muito mais do que 10%. Por que Jesus nasceu e viveu como um ser humano? Para nos mostrar a imensa capacidade que temos e que não usamos. “Então Deus disse, façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança…” (Gênesis 1:26). Uma metáfora bíblica para nos mostrar que temos um grande potencial divino.

Então, como acessar toda nossa capacidade mental? A resposta está no filme. Nada disso é comprovado pela neurociência, e mesmo que fosse essa ideia não poderia ser liberada para todas as pessoas, pois a maioria é despreparada e não sabe lidar com o ego e muito menos com o poder que temos. Então posso dizer que se trata de um filme de ficção cientifica com muita verdade embutida. Mas vamos ao dialogo esclarecedor:

– Como conseguiu acessar toda essa informação?

– Impulsos elétricos, cada célula conhece e conversa com todas as outras, elas trocam mil bits de informação por segundo entre si. As células se agrupam formando uma rede de comunicação entre si, gigantesca, que por sua vez forma a matéria. As células se reúnem, assumem uma forma, se deformam do jeito que quiser, não faz diferença, é tudo igual.

 

– Os humanos se consideram únicos, então basearam toda sua teoria de existência em sua singularidade, 1 é a sua unidade de medida, mas não é. Todos os sistemas sociais que criamos são apenas esboços, 1 + 1 = 2 é só o que apreendemos, mas 1 + 1 nunca foi igual a 2. Na verdade não existem números, nem letras, codificamos nossa existência para reduzi-la ao tamanho do homem, para deixa-la compreensível. Criamos uma medida para podermos esquecer sua insondável escala.

 

– A ignorância trás o caos, não o conhecimento.

 

O filme sugere que quem consegue acessar mais de 10% da capacidade cerebral, começa a desenvolver total controle sobre o próprio corpo, células, metabolismo. Não há mais obstáculos, é possível acessar todo o inconsciente e lembrar-se de todas as experiências já vividas. Controle também das outras pessoas; das ondas magnéticas e elétricas.

Lucy diz: “Não há sentimentos de dor, medo, desejo. Tudo que faz um humano desaparece.” Entendo isso como, tudo que é do ego desaparece, pois tendo um acesso à totalidade do Ser, vive-se na essência do Ser, vive-se toda a verdade e não mais armadilhas do ego.

Ao se aproximar de 100% de sua capacidade, ela compreende, e vivencia, a base da teoria quântica e também espiritual. Somos todos um e todo tipo de separação é ilusória.

Como todos somos uma coisa só, entendemos que dois objetos/pessoas podem estar conectados independente da distancia que os separa. Isso explica o inconsciente coletivo, cura a distancia e outras coisas. No início, antes do Big Bang toda a matéria estava agrupada, acumulada em um ponto que depois da explosão se expandiu. Tudo que estava lá ainda permanece e está correlacionado.

 

O ser humano é algo primitivo. O corpo humano biológico é primitivo, e quando a consciência se junta com o corpo, ela esquece o conhecimento que tinha antes e vive as características do ser denso com seus padrões de comportamento existentes em toda a vida terrestre. Ao se afastar dos obstáculos da biologia e se aproximar do conhecimento universal, passa a se tornar um ser “ascendido”. O que faz de nos o que somos e primitivo são só obstáculos.

Para quem não concorda com nada disso, no mínimo o filme é muito válido, pois nos tira da ilusão da vida mundana e nos faz pensar: “A vida nos foi dada a milhões de anos, e o que fizemos com ela?” O que, nós, seres humanos, fizemos do planeta? Da nossa vida?

Para seres primitivos como nós a vida parece ter só um proposito: ganhar tempo e sobreviver ao tempo. Mas também passar adiante o que se aprendeu, você eleva o nível da sua consciência com o conhecimento aprendido, e o passa para frente para que os outros possam fazer o mesmo e assim, todos evoluímos.

Uma coisa da qual discordei é que à medida que ela passa a usar toda sua capacidade cerebral, torna-se fria e sem sentimentos, quase robótica. Acredito no contrário, assim que se pode acessar a tudo, é mais fácil se perceber e sentir a ligação com os outros, sentir empatia, recuperar a verdadeira humanidade, lembrando que somos uma-unidade. Nos tornar cada vez mais iluminados, sábios e íntegros.

 “A vida nos foi dada há bilhões de anos, agora já sabem o que fazer com ela.” (Lucy)

 

(Por Luiza Franco)

KELLY ALESSANDRA

PSICÓLOGA CLÍNICA

© 2015 por Kelly Alessandra de Paula Souza Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page