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Psicossomática: Doença do corpo, doença da alma.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

“ Eu não sei o que o meu corpo abriga
 Nestas noites quentes de verão.
E nem me importa que mil raios partam
Qualquer sentido vago de razão
Eu ando tão down, eu ando tão down (...)”

Down Em Mim

Cazuza

Compositor: Frejat/Cazuza

 

 

 

            Hoje, acredito que pude compreender o que Cazuza quis contar nesta música, “Eu não sei o que o meu corpo abriga” e realmente quem de nós pode saber?

            Questionei-me sobre isso durante toda minha formação em psicologia, me apaixonei pela psicologia analítica e de repente, depois de muita busca achei tais respostas em psicossomática, onde hoje faço minha especialização.

            A psicossomática pode ser entendida como a ciência que compreende o homem como um todo, em seu aspecto biológico, psíquico e espiritual. Portanto quando me deparo com o sintoma do paciente, a princípio não procuro o motivo de sua causa, mas sim o próprio sentido que este já carrega. Digo isto, pois os sintomas, sejam eles quais forem, são considerados como expressões simbólicas que aparecem de diversas formas em nosso corpo justamente para nos alertar que estamos trilhando nosso caminho de maneira errada, algo esta em desiquilíbrio, entre o corpo, mente e espírito.

            Na psicologia analítica, Carl Gustav Jung diz que todos os sintomas são representações de complexos, quando existem conflitos entre o ego e o inconsciente.

            Para que possamos entender melhor, os complexos são constituições especificas de lembranças, de experiências e fantasias condensadas, ordenadas em torno de um tema básico semelhante e carregadas com uma forte emoção da mesma qualidade. Quando alguma vivencia atual, toca nesse tema ou nos afetos correspondentes, reagimos de maneira complexada, isto é, enxergamos e interpretamos a situação no sentido do complexo. Tornamo-nos emocionais e nos defendemos de modo estereotipado, ou seja, da mesma maneira como já fizemos antes, como nos explica Von Franz. (VON FRANZ, 1988. p.86).

            Devemos enxergar a doença como algo que poderá nos mostrar a luz, que nos trará a cura se a compreendermos de maneira simbólica pois, cada órgão de nosso corpo possui determinada e importante função, afim de que tudo funcione harmoniosamente, a boca deve ingerir, o estomago digerir, os rins filtrar e assim por diante. Se passarmos a olhar de forma simbólica e individual com cada ser humano ferido, veríamos que o sintoma fala muito mais sobre a vida em que este sujeito estava levando do que ele mesmo.

            Imagino que na descoberta do diagnóstico de qualquer doença, desde as mais simples ás incuráveis, nos deparamos com a angustia, fazendo nos pensar que caímos em um gigantesco abismo sem volta, mas na verdade estamos tendo uma nova chance de tentar recomeçar e viver de forma mais semelhante com o real motivo de nossa existência, por isso o processo terapêutico se torna de grande valia para o individuo, assim como mencionou Hipócrates “O que te fere é o que te cura”.

            Finalizo então com um texto fantástico de Jung.

 

Começo pensando em minha vida, tudo sempre depende da forma que vejo as coisas e não de como são.

Assim mantendo-me calmo, permanecendo atento e aceitando a realidade.

Começo a ver as coisas como elas são e não como eu queria que elas fossem.

            Ao fazer tudo isso, adquiri um conhecimento incomum, uma amplitude que jamais poderia ter imaginado.

Sempre pensara que quando aceitamos as coisas, elas nos sobrepujam de um modo ou de outro.

Resulta que isso não é verdade em absoluto. É somente aceitando as coisas que vivemos que podemos assumir uma atitude em relação a elas.

            Por isso, tenciono agora fazer o jogo da vida, ser mais receptivo a tudo que me chegar, sem me desesperar, sem julgamentos, bom e mal, luz e sombra alternando-se eternamente; e, desta forma, aceitar também minha própria natureza, com seus aspectos positivos e negativos.

Assim, tudo se mais vivo para mim.

Que insensato eu fui! Como me esforcei para forçar todas as coisas a harmonizarem-se com o que eu pensava que devia ser.


Carl Gustav Jung

 

Jéssica S. Calvo CRP: 06/125226 

Psicóloga Analítica / Psicossomatista

Contato: (11)97352-5292

KELLY ALESSANDRA

PSICÓLOGA CLÍNICA

© 2015 por Kelly Alessandra de Paula Souza Orgulhosamente criado com Wix.com

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